segunda-feira, 22 de junho de 2009

22 de junho de 2009 - O CÃO LIBERTO

Era um sábado nublado, não tinha sol mas não estava frio, apesar do inverno. O dia era 28 de junho, o ano era 2008. Ano passado! Acordei, me arrumei e fui até o antigo CT do JUVENTUDE, aquele comprado pela Abyara. Naquele dia estava marcado um torneio de futebol promovido pelo JUVE entre diversos times, timinhos, nada sério, apenas um torneio comemorativo aos 95 anos do clube. Não lembro ao certo quais equipes estavam jogando, mas lembro que eu estava em um dos times dos associados. Eram uns quatro times de sócios, um time do Conselho Jovem, um time da direção, um time do conselho, um time da Mancha... E devia ter mais algum outro. Pois bem, cheguei no antigo CT, me arrumei com o fardamento para jogar e saindo do vestiário havia um cachorro preso em uma coleira. Era ele, a coleira e a casinha. Ele queria brincar com o pessoal, pulava e latia baixinho, mas estava preso. Não engoli a cena, conversei com o tio que cuidava dos terrenos mas ele disse que não podia soltar o cachorro senão ele fugiria. Sem opção naquele momento, fui me entrosar com o pessoal. Nosso time jogou uma ou duas partidas, entreguei um gol sem querer para o Zetti que estava no outro time (o próprio, ex-goleiro do São Paulo e tetra-campeão pela seleção brasileira), nosso time foi eliminado, o torneio foi chegando ao seu fim e um dos times de associados foi campeão. Maravilha, hora de ir para casa. Voltei ao vestiário, me troquei e quando estava indo embora vi o cachorro preso de novo, desta vez cabisbaixo, parado, triste por que todo mundo estava indo embora e ele iria ficar sozinho, abandonado. Ele, a corrente e a casinha. Não tão próximo dele mas naquele terreno estavam outros cachorros soltos, vira latas como ele, andando pra cá e pra lá, livres. Era justo?

Vi que o tio que cuidava da portaria e do cachorro preso estava dentro do vestiário meio perdido e aproveitei o momento. Peguei a coleira do cachorro, olhei, estudei e em silêncio fui desengatando. Consegui! E ali estava o cão liberto! Solto, sem as correntes, pulando, andando pra cá e pra lá quenem os outros cachorros. Corri para que o tio não me visse por perto, entrei no carro e fui embora. Missão cumprida. Havia ganhado o dia libertando o cão da coleira e da casinha. Depois cheguei em casa e contei o fato, meu irmão que estava ajudando a organizar o torneio e foi embora depois disse que o cão ainda estava por lá solto e o tio despreocupado perguntava para ele (o cão) quem havia lhe soltado. Não sei se o cão fugiu ou voltou para a coleira. Possivelmente tenha voltado, por que era muito manso. Mas a minha parte eu havia feito. No dia seguinte o JUVE completou 95 anos de existência.

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